Soneto para a Daniela.
É um decassílabo, por ser mais fácil a colocação das tônicas, e tem, começando no último verso do segundo quarteto, o nome de Daniela nas primeiras letras dos versos restantes, o que não o classifica como acróstico visto que, para tanto, é necessário que todas as letras dos 14 versos sejam utilizadas.
É… digamos… um… “meia boca” ou “meio acróstico”.
Não fica muito claro o porque da “partida” com que pretendi insinuar a proximidade da morte em razão da velhice, mas cada dia que o presente subtrai ao futuro e soma ao passado, é um dia que estamos mais próximos do fim.
À Daniela
Porque eu te encontrei somente agora
quando ja tenho a fronte encanecida?
Tu a brilhar nas cores da aurora,
eu encurvado ao peso de uma vida!
Devo dizer-te, antes da partida,
o quanto eu te devo, nesta hora,
pela gloria, embora imerecida,
de reviver paixão arrasadora.
Apaixonou-me tua singeleza
não apenas, e só, tua beleza,
inspiradora mor de cada estrela.
E nas gotas de luz que o céu envia
leio, todas as noites,dia a dia,
a oração que é nome: Daniela!
antonio naddeo