Da-me um sonho

D

Ouvindo o belíssimo poema “I Have a Dream”, de Bjorn Ulvaeus e Benny Andersson do grupo ABBA, ocorreu-me que não há, entre meus sonhos, nada que se pareça com “eu tenho um sonho, uma fantasia que me ajuda a atravessar a realidade. Acredito em Anjos” E me senti pobre… E desamparado… E, então, nasce o pedido, mais que sincero.

Senhor, Senhor…
estou velho demais para perder-me
em sonhos vãos.
Dá-me, então, Senhor,
um sonho bom…
Não de amor,
desses eu tive e deles guardo
cicatrizes.
Quero um sonho, Senhor,
de esperanças.
Um sonho que me encante,
que seja provocante
e que me leve a crer, de novo,
no ser, na vida, na semente
e em tudo o mais que vive
e, por ser vivo, sente.
Um sonho sem culpas nem perdões,
sem suplicas, sem preces ou sermões,
que seja embalado por um coral de querubins
e embalsamado por perfumada aragem de jasmins
Um sonho que me faça compreender
a dor e o prazer.
Um sonho que me permita ver
os que são como são e não
como quero que sejam.
Um sonho enfim, Senhor, do qual,
ao despertar, se despertar,
eu jamais queira me esquecer.

Sobre o autor

Antonio Naddeo

Há 68 anos, em 1950 surgia o ator, moldado até então pelas máquinas em uma indústria de cartonagem. Aos 16 anos passa a ser moldado pelo palco, pelos scripts e por uma incansável vontade de aprender.

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Por Antonio Naddeo

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Antonio Naddeo

Há 68 anos, em 1950 surgia o ator, moldado até então pelas máquinas em uma indústria de cartonagem. Aos 16 anos passa a ser moldado pelo palco, pelos scripts e por uma incansável vontade de aprender.