A eleição da Ministra

A

acabo de ler em

Último segundo de

21_09_2011

ás 16:03:00

que:

“Com apenas um mandato concluído no currículo, a deputada federal Ana Arraes (PSB-PE), 64 anos, foi escolhida hoje por seus colegas para ocupar uma vaga de ministra no Tribunal de Contas da União (TCU)”.

E li ainda mais:

“Para a vitória, porém, pesou sobretudo a disposição do filho e governador de Pernambuco, Eduardo Campos”.

E mais:

“A escolha ainda precisa ser apreciada pelo Senado”.

E agora o que penso:

Os homens que, bem ou mal, dirigem este país não conhecem história, ou ignoram-na confiantes na aparente mansidão do povo.

D. Ana Arraes pode até ter os requisitos básicos para o cargo que pretende ocupar com o beneplácito, declarado há pouco, da Assembleia.  Haverá, todavia, um grave conflito de interesses, caso o senado e a presidente concordem com a eleição daquela senhora para a vaga de ministra do TCU.

O senhor Eduardo Campos, filho da pretendente, é governador de Pernambuco.

Todos os estados da União devem enviar suas contas àquele Tribunal que, por suas funções, está obrigado a examiná-las e aprová-las, se estiverem corretas, ou reprová-las e investigar, se houver dúvidas relativas à contabilidade apresentada.

O “conflito de interesses” a que me refiro é que pode-se questionar a imparcialidade de D. Ana quando do exame a ser feito nas contas do estado governado por seu filho.

Os “deixa disso” de plantão poderão argumentar que o TCU é composto por nove ministros e que, portanto, D. Ana Arraes não decide sozinha.

Mas as decisões de todos os ministros, com relação ao Estado do Pernambuco,  estarão contaminadas pela dúvida que nasce do conflito acima mencionado.

E essa dúvida cresce quando sabemos do afinco com que o senhor Eduardo Campos se empenhou na obtenção dos votos que elegeram D. Ana.

Relegar esse “conflito de interesses” demonstra, claramente, a negligência com que este pais está sendo governado e pode até não implicar em consequências imediatas, mas  é bom que o senado e a Drª  Dilma ponham as bargas de molho.

A história nos conta que os pequenos abusos, quando somados, acabam por se transformar em um grande problema. E não serão só as choupanas que se queimarão, se as bargas estiverem muito secas quando o povo começar a atear o fogo da indignação.

Sobre o autor

Antonio Naddeo

Há 68 anos, em 1950 surgia o ator, moldado até então pelas máquinas em uma indústria de cartonagem. Aos 16 anos passa a ser moldado pelo palco, pelos scripts e por uma incansável vontade de aprender.

Por Antonio Naddeo

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Antonio Naddeo

Há 68 anos, em 1950 surgia o ator, moldado até então pelas máquinas em uma indústria de cartonagem. Aos 16 anos passa a ser moldado pelo palco, pelos scripts e por uma incansável vontade de aprender.